Uma Explosão Celestial: A Fascinante Jornada da Estrela T Coronae Borealis

Descubra a Próxima Grande Observação Astronômica de 2024

Por Isabela Justo | 12/03/2024 | 6 Minutos de leitura

Segundo a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), um evento astronômico extraordinário está previsto para ocorrer ainda em 2024. Trata-se de uma nova, um fenômeno celestial que guarda semelhanças com uma supernova. Os cientistas apontam que a estrela T Coronae Borealis (T CrB), conhecida também como Estrela Fulgurante, pode passar por uma explosão de magnitude considerável nos próximos meses.

Assim como os seres humanos, as estrelas também têm um tempo de vida finito. Após esgotar seu combustível, uma estrela passa por uma série de transformações que culminam em sua explosão final. O processo começa com a expansão da estrela até tornar-se uma gigante vermelha. Posteriormente, a estrela esgota os elementos químicos em sua composição e transforma-se em uma anã branca. Eventualmente, essa anã branca pode passar por uma reação termonuclear descontrolada, resultando em uma explosão que pode ou não ser observada a olho nu da Terra.

 

Diferenciando a Nova da Supernova

A distinção entre uma nova e uma supernova reside no desfecho da explosão. Enquanto uma supernova resulta na completa destruição da estrela, uma nova deixa a estrela em um estado mais estável, podendo continuar como uma anã branca e até mesmo provocar futuras explosões. Esse é exatamente o caso da estrela T Coronae Borealis, que experimentou sua última explosão em meados de 1946. De acordo com dados astronômicos, a próxima explosão está prevista para ocorrer até setembro de 2024.

“A T Coronae Borealis é uma das cinco novas recorrentes em nossa galáxia. Isso se deve ao fato de que T CrB é um sistema binário composto por uma anã branca e uma gigante vermelha. As estrelas estão suficientemente próximas para que, à medida que a gigante vermelha se torna instável devido ao aumento da temperatura e pressão e começa a ejetar suas camadas exteriores, a anã branca recolhe essa matéria em sua superfície”, destaca a NASA.

A diferenciação entre uma nova e uma supernova vai além do desfecho da explosão, refletindo-se também nos efeitos subsequentes sobre a estrela em questão. Enquanto uma supernova implica na completa destruição da estrela, resultando muitas vezes em um buraco negro ou uma estrela de nêutrons, uma nova deixa a estrela em um estado relativamente estável, podendo continuar sua existência como uma anã branca e até mesmo desencadear futuras explosões.

A estrela T Coronae Borealis é um exemplo fascinante dessa distinção. Conhecida como uma das cinco novas recorrentes em nossa galáxia, essa estrela apresenta um comportamento peculiar devido à sua composição como um sistema binário. Este sistema consiste em uma anã branca e uma gigante vermelha orbitando uma à outra em um dançar cósmico.

À medida que a gigante vermelha se aproxima do final de sua vida, ela se torna instável devido ao aumento da temperatura e pressão em seu núcleo. Isso leva a ejeções de suas camadas exteriores, criando um fluxo de material que é gradualmente absorvido pela anã branca. Esse processo de transferência de massa resulta em uma acumulação de material na superfície da anã branca, aumentando a pressão e a temperatura em seu interior.

Eventualmente, essa atmosfera rasa e densa de matéria na anã branca atinge uma temperatura crítica, desencadeando uma reação termonuclear descontrolada. Este evento cataclísmico, conhecido como uma nova, libera uma quantidade significativa de energia e matéria para o espaço circundante, criando um espetáculo astronômico visível a partir da Terra.

 

Preparando-se para a Observação

Localizada em um sistema estelar a aproximadamente 3 mil anos-luz de distância da Terra, a estrela T Coronae Borealis apresenta uma magnitude +10, o que torna a região espacial muito escura para observações a olho nu. No entanto, a iminente explosão elevará a magnitude do sistema para +2, tornando-a visível aos olhos humanos.

A NASA explica que durante o pico da explosão, os entusiastas da astronomia poderão observar a nova a olho nu por alguns dias. Com o auxílio de telescópios ou binóculos, será possível prolongar a observação por mais de uma semana. Além do interesse dos aficionados por astronomia, o evento também será de grande importância para os cientistas, que terão a oportunidade de estudar de perto os processos envolvidos na reação de uma nova.

“Esta poderia ser uma oportunidade única de observação, já que a explosão de uma nova ocorre apenas a cada 80 anos... A atmosfera rasa e densa da anã branca aquece eventualmente o suficiente para desencadear uma reação termonuclear descontrolada — o que produz a nova que vemos da Terra”, acrescenta a NASA.

 

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