Impacto da Erupção do Vulcão de Tonga na Camada de Ozônio

Lições Cruciais para a Proteção da Camada de Ozônio

Por GestãoTec | 25/10/2023 | 4 Minutos de leitura

Introdução

Em janeiro do ano passado, uma erupção espetacular do vulcão submarino de Hunga Tonga, no Pacífico, surpreendeu o mundo. Além das cenas impressionantes de explosões vulcânicas e ondas gigantes, a comunidade científica estava preocupada com um possível impacto na camada de ozônio da Terra. Agora, um estudo publicado na revista Science confirma as suspeitas iniciais de que essa erupção teve um efeito devastador sobre o ozônio estratosférico, com cerca de 5% da camada de ozônio sendo destruída quase que imediatamente após o evento. Neste artigo, exploraremos os detalhes dessa descoberta e seus potenciais impactos de longo prazo.

A Erupção e suas Consequências

A erupção do vulcão de Hunga Tonga, ocorrida em 15 de janeiro de 2022, foi uma das mais poderosas e dramáticas já registradas. Ela resultou na liberação de uma quantidade extraordinária de vapor dágua na estratosfera, estimada em 150 megatoneladas. A essa altura, pode-se somar o material vulcânico e as rochas expelidas, que desencadearam uma destruição quase imediata da camada de ozônio na região do Pacífico.

Além disso, a erupção foi tão poderosa que gerou ondas com alturas impressionantes de 90 metros, aproximadamente nove vezes maiores do que o tsunami que devastou o Japão em 2011. Também causou uma tempestade com uma média de 2,6 mil raios por minuto, visíveis do espaço e com impactos significativos na operação de diversos satélites.

O Papel dos Aerossóis Vulcânicos

O estudo em questão revelou que os aerossóis vulcânicos, incluindo o vapor dágua salgado e outros compostos como dióxido de enxofre e cinzas, reagiram quimicamente na estratosfera, formando compostos de cloro, como o monóxido de cloro (ClO). Esses compostos têm a capacidade de romper a camada de ozônio, exacerbando os impactos negativos da erupção.

A inserção de gases e partículas na estratosfera, onde a camada de ozônio reside, é um fenômeno comum após grandes erupções vulcânicas. Nesse contexto, perdas a curto prazo na camada de ozônio são esperadas devido às reações envolvendo aerossóis vulcânicos e cloro.

A Velocidade Surpreendente da Destruição

Uma das descobertas mais intrigantes do estudo é a rapidez com que a destruição da camada de ozônio ocorreu. Os pesquisadores afirmam que essa velocidade desafia nossa compreensão atual da química que acontece nas superfícies das partículas e gotículas na estratosfera.

Impactos de Longo Prazo e Necessidade de Monitoramento Contínuo

Os efeitos da enorme liberação de vapor dágua na estratosfera pela erupção do vulcão de Hunga Tonga ainda devem ser sentidos por alguns anos. Portanto, é imperativo que haja um monitoramento atmosférico contínuo para avaliar, entre outros aspectos, o risco de aumento da temperatura da Terra até que o gás seja completamente dissipado.

Conclusão

A erupção do vulcão de Hunga Tonga em 2022 não apenas proporcionou imagens impressionantes, mas também teve um impacto significativo na camada de ozônio da Terra. A rápida destruição causada pela liberação de aerossóis vulcânicos e substâncias químicas na estratosfera representa um desafio para nossa compreensão da química atmosférica. À medida que os efeitos dessa erupção continuam a ser estudados, é fundamental manter um monitoramento constante da atmosfera para entender e mitigar seus possíveis efeitos de longo prazo no clima e na vida na Terra.

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