Exoesqueleto Robótico: Uma Nova Esperança para Pacientes de AVC Recuperarem a Mobilidade

Avanços Tecnológicos na Reabilitação Pós-AVC: Uma Nova Era de Mobilidade

Por Isabela Justo | 11/03/2024 | 6 Minutos de leitura

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, afetando milhões de pessoas anualmente. Entre as sequelas devastadoras do AVC, a perda de mobilidade nas pernas é uma das mais impactantes. No entanto, avanços recentes na tecnologia de exoesqueletos robóticos oferecem uma nova abordagem promissora para ajudar os pacientes de AVC a recuperarem a capacidade de caminhar. Uma inovação notável nesse campo é um novo exoesqueleto robótico projetado para simular o movimento natural da marcha, representando uma evolução significativa em comparação aos modelos anteriores.

 

Desafios na Recuperação Pós-AVC

Um AVC ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro, resultando em danos neurológicos que podem afetar diversas funções do corpo. A perda parcial ou total da mobilidade nas pernas é uma das consequências mais comuns do AVC, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Estudos indicam que aproximadamente 40% dos sobreviventes de AVC experimentam alguma forma de comprometimento motor, enquanto entre 15% e 30% enfrentam deficiências graves que os impedem de andar de forma independente.

A reabilitação é fundamental para ajudar os pacientes de AVC a recuperarem a função motora perdida. Tradicionalmente, a fisioterapia e o uso de exoesqueletos robóticos têm sido empregados para auxiliar nesse processo. No entanto, os modelos anteriores de exoesqueletos se concentravam principalmente em simular o movimento da marcha em esteiras, não refletindo completamente as condições reais de caminhada no solo.

 

Rumo à Recuperação Natural

Recentemente, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst desenvolveu um exoesqueleto robótico inovador projetado para imitar o movimento natural da caminhada. Ao contrário dos modelos anteriores, que se limitavam a simular o movimento em esteiras, este novo exoesqueleto é projetado para ser utilizado diretamente no solo, proporcionando uma experiência mais próxima da caminhada real.

O dispositivo, fabricado sob medida pelo Laboratório de Sistemas de Robôs Humanos, é fixado nos quadris e coxas do paciente. Cada articulação do quadril é equipada com um atuador que fornece o torque necessário para movimentar os membros inferiores, enquanto um chip Raspberry Pi 4 controla o movimento para replicar de forma precisa a marcha natural. Durante os testes, o exoesqueleto foi ajustado para proporcionar diferentes forças nos quadris, visando simular a assimetria característica da marcha humana.

 

Benefícios para Pacientes de AVC

Os benefícios potenciais do exoesqueleto robótico para pacientes de AVC são vastos e significativos. Embora os testes tenham sido conduzidos em um ambiente controlado, os resultados preliminares sugerem que essa tecnologia tem o potencial de se integrar de forma eficaz à vida diária dos pacientes. Ao oferecer uma forma acessível e eficaz de treinar a marcha natural, o exoesqueleto pode representar uma oportunidade realista para os pacientes recuperarem a mobilidade perdida.

Uma das vantagens mais notáveis é a possibilidade de aplicação durante a fase de intervenção precoce do AVC em ambientes hospitalares. Isso significa que os pacientes podem começar a receber terapia de reabilitação com o exoesqueleto logo após o evento, potencialmente acelerando o processo de recuperação e minimizando as sequelas a longo prazo. Além disso, a capacidade do exoesqueleto de simular o movimento natural da marcha representa uma abordagem mais holística para a reabilitação pós-AVC, visando não apenas a melhoria da caminhada, mas também a restauração da função locomotora como um todo.

O principal autor do estudo, Banu Abdikadirova, enfatiza que essa inovação marca um avanço significativo na busca por soluções mais eficazes para a reabilitação pós-AVC. Ao priorizar a simulação do movimento natural da marcha, o exoesqueleto robótico oferece aos pacientes uma oportunidade realista de recuperarem a mobilidade perdida e, consequentemente, melhorarem sua qualidade de vida. Com mais pesquisas e desenvolvimentos futuros, espera-se que essa tecnologia revolucionária se torne uma ferramenta padrão na reabilitação de pacientes de AVC, oferecendo esperança e oportunidades onde antes havia desafios aparentemente insuperáveis

 

Conclusão

O desenvolvimento do exoesqueleto robótico projetado para replicar o movimento natural da marcha representa um avanço significativo no campo da reabilitação pós-AVC. Ao proporcionar uma experiência mais próxima da caminhada real, essa inovação tem o potencial de revolucionar o tratamento e a recuperação de pacientes de AVC, oferecendo uma abordagem mais eficaz e acessível para restaurar a mobilidade perdida. Com mais pesquisas e desenvolvimentos futuros, espera-se que essa tecnologia promissora beneficie milhões de pessoas em todo o mundo, oferecendo esperança e melhorando sua qualidade de vida após um evento tão devastador como o AVC.

 

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