Avanço na Luta contra a Poliomielite: Brasil Adota a Vacina Injetável para Maior Proteção

A Revolução na Vacinação contra a Poliomielite: Uma Nova Era de Proteção no Brasil

Por GestãoTec | 14/09/2023 | 4 Minutos de leitura

Em busca de eficácia e segurança superiores, o Brasil adere a uma crescente tendência global: substituir a tradicional vacina oral (as "gotinhas") pela vacina injetável contra a poliomielite. Esta mudança promete trazer uma blindagem ainda mais robusta contra a doença.

Contexto Internacional e Decisão Nacional

Pelo menos 14 países da América Latina já adotaram a vacina intramuscular, alinhando-se às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Sediada em Genebra, a OMS estabeleceu como objetivo que a vacina inativada (injetável) substitua totalmente a vacina oral até 2030.

A decisão do Ministério da Saúde brasileiro, anunciada em julho, reflete as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). Esta entidade avaliou os mais recentes estudos, identificando a superioridade em termos de segurança e eficácia da versão injetável.

Novo Esquema de Vacinação

A partir do primeiro semestre de 2024, haverá uma revisão no regime de vacinação. O Brasil passará a administrar quatro doses da vacina, aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade. Isso simplifica o processo, eliminando uma das doses de reforço.

Por que a Mudança é Crucial?

Enquanto a vacina oral fez maravilhas eliminando a pólio de vastas regiões, estudos pós-2000 revelaram que, em casos raros, ela pode resultar em quadros de pólio vacinal. Há também preocupações adicionais para crianças com desnutrição ou doenças intestinais. Em contraste, a vacina inativada se mostra mais eficaz e segura, oferecendo uma resposta imunogênica duradoura.

Luíza Helena Falleiros Arlant, líder da Comissão de Certificação da Erradicação da Pólio no Brasil, salienta que a vacina inativada apresenta menos efeitos adversos e oferece uma proteção mais holística.

Desafios na Imunização

Apesar dos avanços, os esforços de vacinação enfrentam obstáculos. A cobertura vacinal, que atingiu impressionantes 98,29% em 2015, declinou para 71% em 2021. Houve uma ligeira melhoria em 2022, com uma taxa de 77%, mas ainda aquém da meta de 95%. Estes números sugerem que um número crescente de crianças permanece vulnerável.

O Panorama da Pólio

Erradicada no Brasil desde 1989, a poliomielite, comumente chamada de paralisia infantil, já foi uma ameaça palpável. A OMS relata uma drástica redução nos casos globais - de 350 mil em 1988 para apenas 29 em 2018. Entretanto, permanece crucial manter a vigilância, especialmente em áreas onde o poliovírus selvagem ainda circula.

A poliomielite não é apenas uma doença debilitante, causando paralisia e, em muitos casos, morte, mas também um lembrete da importância da vacinação.

Conclusão

A adoção da vacina injetável pelo Brasil marca uma nova era na luta contra a poliomielite. Com esforços contínuos, educação e conscientização, podemos esperar um mundo livre da ameaça da pólio em um futuro próximo.

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