A expedição tem como objetivo explorar os destroços do Titanic, que afundou em 1912 no Oceano Atlântico. Localizados a aproximadamente 3,8 mil metros de profundidade e a 650 km da costa do Canadá, esses destroços representam um marco histórico de grande importância.
A organização dessa emocionante aventura é realizada pela empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions. No entanto, participar dessa expedição não é algo acessível a todos, uma vez que cada passageiro é cobrado com o valor de US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão).
A expedição teve início na sexta-feira (16), partindo de Newfoundland, no Canadá. A descida propriamente dita do submarino teve início no domingo (18). Inicialmente, esperava-se que a viagem até os destroços do Titanic levasse cerca de duas horas, porém, infelizmente, a comunicação com o módulo foi perdida após 1 hora e 45 minutos de viagem.
A bordo do submarino, encontram-se um piloto e quatro passageiros, incluindo o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, que também atua como piloto do submarino. Outros nomes confirmados são o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, além do ex-comandante da Marinha Francesa, Paul-Henry Nargeolet, renomado especialista no naufrágio do Titanic.
O submarino utilizado na expedição, chamado Titan, possui dimensões de 6,5 metros de comprimento por 3 metros de largura. Com um peso superior a 10 toneladas, é construído com fibra de carbono e titânio. Sua operação é guiada por um joystick que se assemelha a um controle de videogame, proporcionando uma experiência única aos ocupantes. O submarino pode atingir uma velocidade de 3 nós (5,5 km/h) e é impulsionado por quatro propulsores. Sua capacidade máxima é de até cinco pessoas.
Diferente de submarinos autônomos de grande porte, o Titan necessita ser carregado na superfície do mar por 643 km até a área de mergulho, devido à sua natureza não autônoma.
Operação do resgate do submarino perdido
As equipes de resgate que estão em busca do submarino desaparecido com cinco pessoas a bordo, próximo aos destroços do Titanic, anunciaram nesta quarta-feira, dia 21, a detecção de "ruídos subaquáticos" na área de busca, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos. A situação é crítica, com menos de 24 horas de oxigênio restante dentro do submarino.
A comunicação com o submarino Titan, com 6,5 metros de comprimento, foi perdida no domingo, quase duas horas após o início da descida em direção aos vestígios do lendário transatlântico, localizados a quase 4.000 metros de profundidade e cerca de 600 quilômetros de Terra Nova, no Atlântico Norte.
Em um comunicado no Twitter, o primeiro distrito da Guarda Costeira dos Estados Unidos relatou que um avião canadense P-8, envolvido nas buscas, detectou "batidas na região a cada 30 minutos". Quatro horas depois, um sonar adicional foi ativado e as batidas ainda podiam ser ouvidas. Ainda segundo o comunicado, aviões canadenses P-3 também detectaram ruídos subaquáticos na área de busca, o que levou à realocação das operações de um veículo operado remotamente (ROV) na tentativa de explorar a origem desses ruídos.
Embora as buscas com o ROV ainda não tenham apresentado resultados, a divisão marítima militar informou que os esforços continuam. Além das batidas, foram ouvidos "sinais acústicos adicionais" que auxiliarão na direção dos recursos de superfície, mantendo a esperança de encontrar sobreviventes, conforme revelado pela CNN, que teve acesso a um documento interno do governo americano.
A detecção dos ruídos representa o sinal mais promissor até o momento em relação à possibilidade de resgate das cinco pessoas a bordo do submarino Titan, pertencente à empresa americana OceanGate.
Para reforçar a grande operação de busca conduzida pelas Guardas Costeiras dos Estados Unidos e do Canadá, barcos e aviões estão se dirigindo ao local. O Pentágono anunciou o envio de um terceiro avião C130 e três C-17, enquanto um robô submarino enviado pelo Instituto Oceanográfico francês será incorporado às buscas durante o dia de quarta-feira.
Click here to watch Tuesday's press briefing from today regarding the continued search for the 21-foot submersible, Titan, 900 miles east of Cape Cod: https://t.co/FiMrK1dWZG #Titanic
— USCGNortheast (@USCGNortheast) June 20, 2023
Como é o submarino e quais são as opções no caso de emergência
Anadolu Agency/Getty Images
Durante uma expedição ao Titanic, no ano passado, o renomado jornalista David Pogue, da rede de TV americana CBS, teve a oportunidade de se juntar à equipe da OceanGate. Durante sua experiência, ele foi informado sobre os impressionantes sete sistemas de segurança do submarino, projetados especificamente para auxiliá-lo no retorno seguro à superfície.
- O submarino é uma embarcação impressionante, projetada para explorar as profundezas do oceano e alcançar locais de difícil acesso. Suas medidas incluem um comprimento de 6,7 metros e capacidade para abrigar até cinco pessoas, enquanto sua resistência é testada a profundidades de até 4.000 metros.
- Quando se trata de segurança e medidas de emergência, o submarino é equipado com uma série de sistemas engenhosos que visam garantir o retorno seguro à superfície. Durante uma expedição ao Titanic, o renomado jornalista David Pogue teve a oportunidade de conhecer esses sistemas de segurança, que foram desenvolvidos pela OceanGate.
- Um dos principais sistemas de segurança são os pesos triplos, que consistem em três tubos de chumbo localizados no interior do submarino. Esses pesos podem ser liberados por meio de mecanismos hidráulicos, permitindo que o submarino flutue mais facilmente em caso de necessidade.
- Além disso, o submarino também possui pesos de rolagem estrategicamente posicionados. Se ocorrer uma falha no sistema hidráulico, a tripulação pode mover-se dentro do submarino para incliná-lo em direção a um ponto específico e, em seguida, liberar os pesos de rolagem, auxiliando no processo de retorno à superfície.
- Outra medida de emergência é o uso de bolsas contendo material pesado. Os motores do submarino têm a capacidade de liberar essas bolsas, que estão cheias de granalha de metal e posicionadas abaixo da embarcação. Essa ação ajuda a aumentar a flutuabilidade do submarino em situações críticas.
- Para garantir a eficácia dessas medidas em caso de falhas elétricas ou hidráulicas, foram incorporados elos fusíveis. Essas conexões são projetadas para se desintegrar após 16 horas no mar, permitindo que as bolsas de granalha sejam liberadas, aumentando as chances de retorno seguro à superfície.
- Adicionalmente, o submarino conta com propulsores especiais, que têm como objetivo empurrar a embarcação em direção à superfície. Esses propulsores são acionados em situações de emergência para auxiliar no processo de ascensão.
- Caso seja necessário, o piloto também pode ejetar as "pernas" do submarino. Essas pernas são dispositivos que podem ser liberados para aliviar o peso da embarcação, aumentando a flutuabilidade e facilitando o retorno seguro à superfície.
- Por fim, a tripulação tem a opção de inflar airbags estrategicamente posicionados no submarino. Esses airbags fornecem flutuabilidade adicional e ajudam no processo de retorno à superfície em situações críticas.
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