Introdução:
Um novo cabo submarino, estendendo-se do território português até os Estados Unidos e atravessando o Oceano Atlântico, promete potencializar a conectividade entre a Europa e a América do Norte. O projeto, embora ainda encontre-se em seus estágios iniciais, foi anunciado pelo secretário de Estado da Digitalização de Portugal, Mário Campolargo. Contudo, os detalhes do plano ainda não foram formalmente divulgados pelo governo português.
Portugal já demonstra experiência na implementação de cabos submarinos, com dois canais de alta capacidade já em operação. Um deles estabelece uma conexão transcontinental com a África, abrangendo diversos países africanos até chegar à África do Sul. O segundo, conhecido como EllaLink, faz a ligação do país europeu com o Brasil.
Em suas palavras, Mário Campolargo enfatizou o objetivo primordial da iniciativa: "Nosso intuito é ampliar a conectividade entre a Europa e os EUA". Esta proposta de infraestrutura digital vem no momento em que Portugal já realiza investimentos significativos em outras áreas tecnológicas.
Na esfera de energia, o país tem feito grandes investimentos na produção de energia renovável e hidrogênio verde, visando alimentar indústrias e data centers de alta demanda energética. Grandes players do setor, como o fundo de investimento americano Davidson Kempner e a empresa britânica Pioneer Point Partners, estão planejando um aporte conjunto de até 3,5 bilhões de euros (aproximadamente R$ 18 bilhões) para o desenvolvimento de um amplo data center destinado a atender as necessidades das empresas globais de tecnologia.
Ademais, Portugal também direcionou cerca de 3,7 bilhões de euros do fundo de recuperação da pandemia de Covid-19 da União Europeia para impulsionar projetos voltados à transição digital e inovações em diversas áreas.
Cabos submarinos, embora tenham surgido um século antes das primeiras conexões à internet, continuam sendo fundamentais para a conectividade global. Atravessando distâncias continentais, esses cabos são responsáveis pelo transporte de aproximadamente 99% do tráfego global de dados. A velocidade de transmissão de dados desses cabos é extremamente alta, garantindo que uma mensagem enviada de um continente chegue a outro quase instantaneamente. Hoje, esses cabos conectam todos os continentes, exceto a Antártida, reafirmando a sua importância na manutenção da rede global de comunicação.
Qual a relevância dos cabos submarinos?
A relevância dos cabos submarinos transcende os aspectos técnicos da conectividade, pois se reflete diretamente na economia digital mundial. A velocidade e a confiabilidade dessas conexões permitem transações comerciais internacionais, a troca de informações em tempo real e a oferta de serviços digitais, como streaming e computação em nuvem, que dependem da rapidez e da eficiência das redes de comunicação.
O novo projeto de cabo submarino entre Portugal e os Estados Unidos não apenas ampliará a conectividade entre a Europa e a América, mas também deverá impulsionar o crescimento econômico, a inovação e a competitividade nesses continentes. O investimento em tal infraestrutura pode promover maior eficiência nas comunicações intercontinentais, melhorando as operações de negócios e criando novas oportunidades para empresas de tecnologia.
Além disso, a iniciativa portuguesa de investir na criação de um grande data center demonstra a visão estratégica do país em relação ao futuro digital. Ao receber investimentos estrangeiros, Portugal está se posicionando como um hub de tecnologia importante na Europa, com o potencial de atrair ainda mais investimentos e inovações em um futuro próximo.
Concluindo:
O país também tem mostrado compromisso com a sustentabilidade, investindo em energia renovável e hidrogênio verde para alimentar seus data centers e indústrias. Isso não apenas contribui para a luta contra as mudanças climáticas, mas também torna a economia digital de Portugal mais sustentável e resiliente.
Para concluir, a construção de um novo cabo submarino entre a Europa e os EUA representa um grande passo em direção a uma conectividade global aprimorada, além de reforçar a posição de Portugal como um jogador chave no cenário digital global. Ainda que os detalhes formais do projeto ainda não tenham sido divulgados, a visão estratégica por trás da proposta promete contribuir para a evolução da economia digital e o crescimento sustentável na era da informação.
Escrito por:
