Introdução:
No cenário de avanço contínuo das pesquisas em saúde, o Rio Grande do Norte dá um importante passo no combate à dengue com a chegada de uma nova vacina à rede privada. A imunização contra a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, agora está acessível para um grupo específico de pessoas, trazendo esperança e proteção adicional em meio a um cenário preocupante.
No último domingo (02/07/2023), a rede privada de saúde do Rio Grande do Norte recebeu uma nova vacina contra a dengue. Com isso, os moradores do estado têm agora a possibilidade de se protegerem contra essa doença viral grave e potencialmente fatal. Essa é uma notícia animadora, considerando-se o aumento dos casos de dengue nos últimos anos e a necessidade de medidas efetivas para sua prevenção.
A vacina, desenvolvida após extensos estudos científicos, tem como objetivo estimular a produção de anticorpos contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Isso significa que a imunização proporciona uma proteção abrangente contra a doença, evitando complicações e internações hospitalares.
Quem pode tomar e como é a aplicação?
A vacina contra a dengue é aplicada em duas doses, com um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda. Essa estratégia de dosagem visa garantir uma resposta imunológica adequada e duradoura. A imunização está autorizada para indivíduos com idades entre 4 e 60 anos, abrangendo uma faixa etária significativa.
Uma das características distintivas dessa vacina é sua capacidade de proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Isso significa que mesmo pessoas que nunca tiveram contato com o vírus podem receber a vacina, proporcionando-lhes uma defesa efetiva contra a doença. É importante ressaltar que, no Brasil, essa é a primeira vacina a ser autorizada para indivíduos que nunca foram infectados pela dengue.
De acordo com a tabela de preços estabelecida pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), cada dose da vacina Qdenga no mercado tem um valor entre R$ 301,27 e R$ 402,05. Vale ressaltar que a vacina é administrada em duas doses.
No entanto, ainda não há um prazo definido para a disponibilização da vacina Qdenga na rede pública de saúde do Brasil. A sua liberação depende da aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), órgão responsável por assessorar o Ministério da Saúde na tomada de decisões relacionadas a esse tipo de tecnologia.
É importante destacar que a análise e a decisão da Conitec envolvem considerações como a eficácia, a segurança e o custo-benefício da vacina, levando em conta as diretrizes e os recursos disponíveis para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A população deve aguardar os desdobramentos e pronunciamentos oficiais sobre a possível inclusão da vacina Qdenga no calendário público de imunização do Brasil, que será baseada em critérios técnicos e regulatórios. Enquanto isso, é fundamental continuar seguindo as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades de saúde para reduzir os riscos de contrair a dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Quais são as perspectivas para o futuro?
Embora a vacina atualmente esteja disponível apenas na rede privada de saúde do Rio Grande do Norte, espera-se que, com o tempo, ela seja mais amplamente distribuída e alcance um número maior de pessoas. A inclusão da vacina no calendário público de imunização é um tópico em discussão, e será avaliada com base em critérios de eficácia, segurança e custo-benefício.
A decisão de disponibilizar a vacina contra a dengue na rede privada foi baseada em critérios técnicos e regulatórios, levando em consideração o perfil epidemiológico do estado e a disponibilidade de doses. As autoridades de saúde destacam que a inclusão da vacina no calendário público de imunização ainda está em discussão e será avaliada com base em estudos de eficácia, segurança e custo-benefício.
Até então, a única vacina disponível contra a dengue era a Dengvaxia, recomendada exclusivamente para pessoas que já foram infectadas pelo vírus, visando a proteção contra uma segunda infecção.
Eficácia da vacina Qdenga:
A vacina Qdenga demonstrou uma eficácia geral de 80,2% nos ensaios clínicos, oferecendo proteção contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. Além disso, a vacina apresentou uma redução de 90% nas hospitalizações.
Em dezembro de 2022, a European Medicines Agency (Agência Europeia de Medicamentos) autorizou o uso da vacina na União Europeia, ampliando seu alcance global.
Medidas preventivas contra a dengue:
Além da vacinação, é importante adotar medidas preventivas para controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Algumas dicas úteis incluem:
- Manter os quintais livres de possíveis criadouros do mosquito.
- Esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água dos animais.
- Não descartar lixo em terrenos baldios.
- Manter as caixas d'água sempre tampadas.
- Observar vasos e pratos de plantas para evitar acúmulo de água parada.
- Receber a visita dos agentes de endemias e aproveitar a oportunidade para esclarecer dúvidas.
- Armazenar pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água em local coberto.
Ao seguir essas orientações, é possível contribuir ativamente na prevenção da dengue, complementando a proteção fornecida pela vacina. A conscientização e o engajamento da população são fundamentais na luta contra essa doença e na promoção de um ambiente saudável para todos.
Conclusão:
A chegada da nova vacina contra a dengue à rede privada de saúde no Rio Grande do Norte representa um avanço significativo na proteção contra essa doença viral. Embora atualmente restrita a um grupo específico de pessoas, a imunização oferece uma esperança adicional na luta contra a dengue, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
À medida que novos estudos e análises forem realizados, espera-se que a vacina seja incorporada ao calendário público de imunização, permitindo que mais pessoas se beneficiem de sua eficácia na prevenção da dengue. Enquanto isso, é essencial que a população continue adotando medidas preventivas, como eliminar possíveis criadouros de mosquitos e proteger-se contra picadas, para reduzir a incidência da doença e seus impactos na saúde pública.
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