Inovação na Aviação: Avião Projetado pela USP Promete Reduzir Consumo de Combustível em até 30%

Revolução Aerodinâmica: A Promissora Inovação da USP na Redução de Emissões de Carbono e Consumo de Combustível.

Por Isabela Justo | 05/09/2023 | 4 Minutos de leitura

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) estão rompendo fronteiras na aviação. Eles estão desenvolvendo um conceito revolucionário de avião comercial que promete não apenas reduzir o consumo de combustível, mas também os níveis de emissão de carbono, um desafio global atualmente.

O estudo, intitulado “Potential Propulsive and Aerodynamic Benefits of a New Aircraft Concept: A Low-Speed Experimental Study”, foi publicado na prestigiada revista Aerospace. Sob a liderança do pesquisador Pedro David Bravo-Mosquera, o projeto almeja transformar o futuro do desenvolvimento de aeronaves de grande porte.

Em Direção aos Testes

Para a validação experimental, os pesquisadores recriaram o design do avião em uma escala 28 vezes menor que a de um avião comercial típico, permitindo testes detalhados em túneis de vento. As descobertas foram promissoras:

  • Em relação aos jatos convencionais de hoje, o design inovador mostrou uma redução impressionante de cerca de 12% no consumo de combustível.
  • Projeções futuras indicam que, ao incorporar combustíveis alternativos e materiais mais leves (esperados para serem viáveis nos próximos 20 anos), essa economia pode chegar a 30%.

Uma das características mais notáveis deste projeto é a implementação de uma tecnologia chamada "asa em caixa". Esta configuração, essencialmente, une duas asas em alturas diferentes nas extremidades, promovendo melhor eficiência e estabilidade aerodinâmica. "A eficiência aerodinâmica durante o voo de cruzeiro é otimizada, e a distribuição de forças entre as asas é equilibrada, possivelmente reduzindo a carga estrutural", aponta Mosquera.

Propulsão Inovadora

A miniatura do avião também integra uma tecnologia pioneira que posiciona os motores mais próximos ao corpo da aeronave. Este sistema, chamado "ingestão de camada limite", permite que os motores utilizem o fluxo de ar circundante, possibilitando que a aeronave opere com menos potência e, consequentemente, consuma menos combustível.

Mosquera elucidou ainda mais sobre as vantagens aerodinâmicas do design, observando: “A configuração minimiza o arrasto induzido, particularmente com duas asas interligadas. Há um efeito de vórtice nas pontas das asas tradicionais que pode ser significativamente reduzido com asas mais extensas ou com uma superfície vertical em suas extremidades".

Este projeto destaca a contínua busca pela eficiência na aviação e o compromisso da comunidade científica em enfrentar os desafios ambientais através da inovação tecnológica.

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Isabela Justo


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