Desvendando o Enigma: Radiação de Smartphones e o Risco de Câncer

Desvendando Mitos: A Ciência por Trás do Risco de Câncer Associado à Radiação de Smartphones

Por Isabela Justo | 22/09/2023 | 4 Minutos de leitura

Recentemente, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que irá investigar alegações sobre o potencial de o iPhone 12 causar problemas de saúde devido à emissão excessiva de radiação eletromagnética. Este anúncio reacendeu um debate duradouro e gerou inquietação generalizada: os smartphones têm o poder de induzir câncer, particularmente tumores cerebrais?

O Contexto Histórico

Desde o advento dos telefones móveis, houve um receio latente de que esses dispositivos poderiam ser cancerígenos, devido às ondas radioativas que emitem. No passado, surgiu até mesmo um movimento social denunciando o uso de celulares. Décadas se passaram, mas a incerteza continua a permear a consciência pública.

A Opinião dos Especialistas

Dois principais fatores são frequentemente apontados para sustentar a crença de que o uso de smartphones pode estar associado ao desenvolvimento do câncer. Primeiramente, a emissão de ondas de radiofrequência e, em segundo lugar, o hardware dos dispositivos. A proximidade com que usamos os telefones em relação à nossa cabeça faz do câncer cerebral um foco particular de preocupação.

No entanto, vale a pena destacar que, até o momento, a pesquisa científica não forneceu evidências conclusivas que vinculem o uso de smartphones ao câncer.

A Ciência por Trás da Radiação dos Celulares

Um estudo realizado em 2018 por pesquisadores americanos sugeria "evidências claras" de que a radiação de telefones móveis poderia induzir câncer no tecido cardíaco de ratos. Revisões subsequentes deste estudo encontraram indícios de câncer cerebral e nas glândulas suprarrenais, mas sem oferecer "evidências claras" em relação aos humanos.

Atualmente, todos os smartphones emitem uma forma de radiação do espectro eletromagnético. Por exemplo, telefones 4G emitem ondas entre as frequências de 0,7 GHz e 2,7 GHz, enquanto dispositivos 5G podem emitir até 80 GHz. Entretanto, a baixa energia e frequência dessas ondas são consideradas insuficientes para danificar o DNA humano ou causar mutações que possam levar ao câncer. De fato, o consenso científico atual sugere que o único efeito possível dos smartphones é um ligeiro aquecimento da região onde estão sendo utilizados, algo que é considerado inofensivo.

O Verdadeiro Risco Atual

Segundo cientistas, o principal risco associado ao uso de dispositivos móveis está relacionado aos acidentes de trânsito causados por distração. Além disso, estudos estão em andamento para investigar possíveis efeitos neurológicos em jovens usuários.

Um estudo em andamento, conhecido como Estudo de Corte sobre Uso e Saúde de Telefones Celulares (COSMOS), visa monitorar os participantes por um período de 20 anos para determinar se existe uma ligação clara entre a radiação de smartphones e o câncer.

Conclusão

Apesar das preocupações históricas e de investigações recentes por parte de agências reguladoras como a Anatel, não há, até o presente momento, evidências científicas irrefutáveis que vinculem a radiação de smartphones ao desenvolvimento de câncer. O debate, contudo, permanece aberto, e novas pesquisas são essenciais para esclarecer completamente essa questão.

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Isabela Justo


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